Grupo investigado por tráfico de mulheres e exploração sexual fez cerca de 200 vítimas, diz PF

O grupo investigado por tráfico internacional de mulheres e exploração sexual fez cerca de 200 vítimas, informou a Polícia Federal na delegacia de Sorocaba (SP), responsável pela operação “Harem BR”. Entre as vítimas estão menores de idade.

Seis pessoas foram presas, quatro no Brasil, em Foz do Iguaçu (PR), São Paulo (SP), Goiânia (GO) e Rondonópolis (MT), uma em Portugal e outra na Espanha.

A prisão na capital paulista é do investigado apontado como o principal alvo do esquema criminoso. O homem foi encontrado em uma casa no Bairro Granja Julieta. Na residência de luxo, policiais apreenderam documentos e mídias para investigar se há mais envolvidos.

Uma mulher foi presa na Espanha. Ela é apontada como “a despachante” do grupo, responsável por facilitar e falsificar a documentação para enviar as vítimas a outros países.

Ao todo, a 1ª Vara da Justiça Federal em Sorocaba expediu nove mandados de busca e apreensão e oito de prisão preventiva. Cinco alvos de mandados de prisão foram incluídos na lista da Interpol por estarem em outros países, como Paraguai, Estados Unidos, Espanha, Portugal e Austrália.

Os nomes dos investigados são mantidos em sigilo durante a investigação, informou a PF. A investigação deve ouvir 20 pessoas durante esta semana, entre vítimas e testemunhas.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de São Paulo (SP), Goiânia (GO), Foz do Iguaçu (PR), Venâncio Aires (RS), Lauro de Freitas (BA) e Rondonópolis (MT).

Ação da quadrilha

A PF informou que o grupo criminoso abordava as vítimas pelas redes sociais e se apresentava como representante de marca de maquiagem e produtos de beleza.

Os criminosos, então, ganhavam a confiança das supostas clientes e ofereciam para fazer ensaios fotográficos até o momento em que ofertavam emprego, quando as vítimas eram aliciadas.

Segundo a PF, a mulher presa em Portugal tinha envolvimento com rede de prostituição nos Estados Unidos. Já o homem preso em Foz do Iguaçu, no Paraná, seria um cliente que contratou programas com menores de idade no Paraguai.

Investigação da investigação

A rede criminosa para o tráfico de mulheres, alvo da operação Harem BR, foi descoberta após outra investigação, a Nascostos, em 2019, que identificou compras de passagens aéreas feitas pelos estelionatários com cartões de crédito clonados.

Na ocasião, a PF identificou que duas garotas de programa receberam as passagens e viajaram a Doha, no Catar.

“Uma vez identificadas essas vítimas de exploração sexual, elas relataram cerceamentos de direitos a que foram submetidas nesse destino, bem como que receberam as passagens de um indivíduo que as agenciou para a prática dos atos de prostituição”, disse a PF.

A PF identificou que o grupo criminoso promoveu exploração sexual no Brasil, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Catar e Austrália.

Ainda conforme a Polícia Federal, a apresentação de documentos possivelmente falsos perante a Embaixada da Austrália no Brasil para dar entrada em pedidos de vistos australianos, como holerites e comprovantes de vínculos empregatícios, é investigado.

Os crimes investigados são:

  • favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável;
  • tráfico de mulheres para fins de exploração sexual;
  • falsidade material e/ou ideológica e uso de documento falso;
  • favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual;
  • rufianismo.

Fonte: G1

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